06 Jan Rocío Márquez: a voz da nova geração do canto flamenco esta semana em Lisboa e no Porto.
Rocío Márquez, uma das mais prestigiadas vozes do flamenco contemporâneo, estreia-se esta semana em Lisboa e no Porto para apresentar ‘Visto en El Jueves’, um dos melhores álbuns de flamenco de 2019:
11 Janeiro LISBOA CCB
12 Janeiro PORTO Casa da Música
Rocío Márquez chega finalmente a Lisboa e Porto para apresentar o seu último trabalho, o aclamado ‘Visto en El Jueves’.
Editado em 2019, ‘Visto en El Jueves‘ foi destaque nas listas de final do ano da imprensa especializada e reconhecido como um dos melhores álbuns flamenco do ano.
Pela primeira vez em Lisboa e no Porto, Márquez subirá ao palco do Centro Cultural de Belém, no sábado dia 11, e da Casa da Música, no domingo, dia 12, acompanhada pelo guitarrista Juan Antonio Suárez ‘Canito’ e pelo percussionista Agustín Diassera.
Rocío Márquez é dona de uma voz e de um virtuosismo raros. A seduçãodo flamenco em pessoa. Tornou-se uma das cantoras da sua geração com maior projeção, vivendo na confluência do flamenco com outras linguagens. Com uma carreira construída passo a passo e uma educação sólida, Márquez foi galardoada em 2008 com um dos mais prestigiados prémios do Flamenco, ‘Lámpara Minera’ tendo ainda recebido outras importantes distinções como o ‘Coups de Coeur de l’Académie de Charles Cros’ (França 2013).
A sua personalidade inquieta e enorme curiosidade são evidentes na sua discografia, que mostra transversalmente tão grande amor pela tradição flamenco como uma necessidade premente de ampliar os limites da mesma tradição, explorando e experimentando com melodias, instrumentação, arranjos e as letras. Assim, a partir da estreia em ‘Aquí y Ahora’ (2009), os seus álbuns são a crónica de uma descolagem – ‘Claridad’ (2012), ‘El Niño’ (2014), ‘Firmamento’ (2017), ‘Visto en el Jueves’ (2019) e a colaboração com Fahmi Alqhai, ‘Diálogos de viejos y nuevos sones’ (2018) – mostram-nos uma artista numa busca contínua de si mesma através da música. Em 2014, Márquez gravou para a Deutsche Gramophone ‘Falla: La Vida Breve’ (2014) com a Orquestra Nacional Espanhola dirigida pelo Maestro Josep Pons.
A sua inquietude criativa levou-a a dividir o palco com Jorge Drexler, com quem estreou ‘Aquiles Puentes Subtilles’ em 2018, Rosa Torres Pardo, Arcángel, Carmen Linares ou José Manuel Zapata, da mesma forma que gravou com The New Raemon, Christina Rosenvinge, Kiko Veneno, Albert Plá, Dani de Morón, Diego Carrasco ou Raul Refree (que também já trabalhou com Sílvia Pérez Cruz, Rosalía e Luísa Sobral).
Em ‘Visto en El Jueves’, Rocío Márquez levanta uma reflexão crítica sobre o conceito de autoria através de um repertório no qual a diferença entre flamenco e não-flamenco, canto e música, está ‘desfocada’. Desta maneira, encontramos versões de canções de grandes artistas, bem como a recriação de palos de flamenco. Bambino, Rocío Jurado, Paco Ibáñez, Concha Piquer, El Cabrero, Turronero, Pepe Marchena, José Menese e Manuel Vallejo cruzam e misturam-se com serranas, abandolaos, fandangos, malagueñas, rondeñas, peteneras, bulerías, marianas, romances e rumbas.
Rocío Márquez está claramente na família dos renovadores do flamenco onde se afirma com uma visão nobre e popular desta arte.